Maioria dos estudantes de escolas públicas da cidade de São Paulo pretendem estudar cursos de bases humanas

Pesquisa realizada pela ONG Próxima Etapa mostrou que 38% dos alunos têm a pretensão de realizar cursos de bases humanas assim que se formarem no ensino médio, sendo 40% em graduação e 38% em cursos técnicos.

São Paulo, maio de 2019 – Fundado em 2015, o Projeto Social Próxima Etapa atua voluntariamente na área educacional em escolas públicas paulistanas. Com o intuito de informar os jovens do ensino médio sobre a importância dos estudos e orientá-los no ingresso à faculdade, o grupo de mais de 25 profissionais realiza palestras e dispõe de projetos para mudar o cenário precário da educação nacional. Já são cerca de 10 mil alunos impactados, que hoje têm visibilidade das possíveis escolhas para suas carreiras.

A amostra realizada com mil alunos de 14 escolas do ensino público do município de São Paulo mostrou que 38% pretendem realizar cursos de bases humanas, 28% biológicas e 14% exatas. Além disso, constatou-se que a graduação é a primeira escolha para 40% dos alunos, seguido de 38% que têm enfoque em cursos técnicos. Além disso, os 18% restantes pretendem procurar emprego assim que se formarem no ensino médio. Há dois anos atrás, a instituição realizou a mesma pesquisa e apurou que apenas 27% dos jovens entrevistados pretendiam fazer cursos de graduação – o que mostra um salto nesse número, que é justificado após um ano de trabalho intenso na exposição dos alunos a possibilidades de segmentos em que atuar e, consequentemente, cursos para se graduar. Porém, apesar do salto, a adesão ainda é baixa.

“O principal fator dessa baixa demanda é o desconhecimento de como entrar na universidade e/ou dos programas sociais que auxiliam nos custos financeiros, que faz com que descartem a ideia de se formar. No início das palestras nós passamos um formulário com perguntas sobre o que eles pensam sobre o futuro profissional e a confiança deles no futuro mercado de trabalho. Isso ajuda a iniciar o debate e faz com que todos prestem mais atenção ao tema”. Explica Fábio Figueiró, idealizador e presidente do Próxima Etapa.

A dificuldade financeira é uma adversidade enfrentada pela associação. Por isso, ao longo da trajetória da associação, eles fizeram parcerias com algumas faculdades locais com o objetivo atual de aumentar seu alcance e transformar mais vidas através da ferramenta social mais poderosa: a educação.

Uma outra pesquisa realizada pelo Centro de Integração Centro-Escola (CIEE) em abril de 2019, 43% dos estudantes afirmaram não receber cursos, treinamentos ou participar de palestras durante o estágio. Essa porcentagem é maior entre estudantes de ensino médio, dos quais 57% apontaram não receber incentivo, frente a 39% do ensino superior.

É nessa lacuna que o ‘Próximo Etapa’ investe seus esforços. A ideia é transformar o círculo vicioso que atinge diretamente a economia e, até mesmo, a segurança pública do país. Reconhecendo o problema estrutural dessa parcela da sociedade, os idealizadores desenvolveram projetos pontuais.

São eles:

Palestras em Escolas Públicas, apresentações sobre os próximos passos que os alunos poderão dar no protagonismo do seu ensino e carreira, conduzidas por ex-alunos de escolas públicas que já vivenciaram o mercado de trabalho;

Orientação Vocacional, sessões que ocorrem nas escolas com psicólogos e orientadores visando o autoconhecimento do aluno; Portas Abertas, promoção de visitas às instituições (escolas técnicas, agências de intercâmbio, universidades), além de aulas experimentais como um aluno da faculdade durante um dia, para conhecer a realidade universitária;

Conteúdo Digital, o projeto possui plataformas digitais (Facebook, Instagram, YouTube, LinkedIn, website) que são abastecidas com informações importantes, como oportunidades de estágio, cursos gratuitos, etc. Também são formados grupos no WhatsApp de alunos com interesses na mesma área;

Portas Abertas, através de parceria com universidades, palestras sobre profissões são ministradas aos alunos para que possam conhecer uma universidade por dentro e refletir sobre o seu futuro.